sábado, 9 de fevereiro de 2008

Novos Elementos de Apoio ao Estudo

FICHA DE LEITURA: Textos págs. 150-152 Origem e natureza do Conhecimento: O EMPIRISMO

1. Se o Idealismo de Platão (séc.s IV- V a. C.) foi a teoria precursora da concepção Racionalista do conhecimento, o realismo do seu discípulo, Aristóteles, (séc. IV a.C.) foi a concepção que influenciou a teoria Empirista fundada por J. Locke no séc. XVII.
2. O Empirismo surge numa lógica de frontal oposição face aos exageros da teoria Racionalista (que contém essa vertente dogmática) e, particularmente, como rejeição do inatismo cartesiano: os empiristas não aceitam a existência de qualquer património a priori no entendimento humano: todos os conteúdos do entendimento/consciência, provêm da experiência. Opõem-se à autocracia da Razão patente no cartesianismo.
3. A descrição empirista do conhecimento apresentada por J. Locke, começa por negar a existência de ideias inatas (a existência de qualquer património a priori) utilizando, para isso, a alegoria da tábua rasa segundo a qual, na origem, a mente está vazia de conteúdo algum – como se fosse uma folha de papel em branco em que, ao longo da vida, a experiência vai gravando todos os seus caracteres/ inscrições.

4. Para explicar o processo pelo qual se adquire conhecimento através da experiência, Locke estabelece a distinção entre dois modos de percepção (dois processos pelos quais o entendimento forma ideias a partir de uma base empírica):
Ø - A percepção externa (equivalente às sensações) – que traduz o modo como os nossos sentidos são directamente afectados pelos objectos e estímulos da experiência, levando o entendimento a formar ideias simples tais como, as das cores, dos sabores, da textura e dimensões dos objectos, das sensações de dor, de prazer (em suma, de tudo o que se entende por qualidades sensíveis ou primárias das coisas).
Ø - A percepção interna (reflexão sobre os conteúdos internos do entendimento – formando ideias a partir de outras preexistentes) por sua vez já formadas a partir do contacto directo com a experiência: sensações.
A percepção interna, como o próprio nome indica, não produz ideias a partir do contacto directo com a experiência, mas por via indirecta, com base na reflexão sobre as ideias simples formando outras ideias, mais complexas, que já traduzem as operações internas do entendimento; são exemplo de tais ideias, o imaginar, o compreender, o crer, o pensar, o querer, o raciocinar, etc.

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