QUESTÕES:
1. Quais são os elementos básicos que a mente utiliza em todas as suas operações?
2. O que distingue ideias de impressões?
3. O que podemos deduzir do texto quanto à existência de ideias inatas?
4. Estás de acordo com Hume quando o filósofo afirma que as ideias são cópias das impressões correspondentes?
5. Compara, resumidamente, as concepções de Locke e Hume no que respeita aos elementos do conhecimento.
1. Quais são os elementos básicos que a mente utiliza em todas as suas operações?
2. O que distingue ideias de impressões?
3. O que podemos deduzir do texto quanto à existência de ideias inatas?
4. Estás de acordo com Hume quando o filósofo afirma que as ideias são cópias das impressões correspondentes?
5. Compara, resumidamente, as concepções de Locke e Hume no que respeita aos elementos do conhecimento.
CORRECÇÃO:
1.Hume considera que os elementos básicos do conhecimento são as impressões e as ideias.
2.O que distingue fundamentalmente as impressões das ideias é uma diferença de grau, que se traduz no modo como essas percepções afectam a mente: assim, as impressões, sendo percepções mais vivas (constituídas por sensações, emoções e paixões) afectam-nos de forma directa, já que se formam a partir do contacto directo e imediato entre a sensibilidade e a experiência. As ideias, pelo contrário, afectam-nos de forma indirecta, já que são percepções formadas a partir dessas primeiras impressões. Hume considera-as uma representação mental ou cópia dessas mesmas impressões → são percepções menos vivas do que as primeiras (são percepções indirectas e temporalmente posteriores), já que o entendimento funciona como mediador entre a experiência directa que fornece impressões e a respectiva “marca” na memória (recordações ou abstracções das primeiras impressões : ideias).
3.Podemos deduzir que na óptica de D. Hume não existem ideias inatas, uma vez que todos os conteúdos da nossa mente se formam (por via directa ou indirecta), a partir da experiência. Este autor, como todos os empiristas, partilha da convicção de que não existe na razão qualquer património a priori, isto é, qualquer conteúdo anterior ou independente da experiência.
4. Só estaremos em total acordo com Hume se partirmos dos mesmos pressupostos partilhados por todos os empiristas isto é, se partirmos do princípio que até as intuições mais puras do entendimento não têm a sua génese na Razão mas na Experiência. Nesse caso, seria absurdo admitirmos, ao mesmo tempo, a possibilidade da existência de conteúdos inatos (inerentes à própria natureza da Razão). Se, pelo contrário, admitirmos que existem ideias cuja natureza dificilmente associaremos a elementos existentes na experiência (por não se constituírem a partir de qualquer exercício de abstracção ou generalização indutiva feita pelo entendimento com base em elementos da experiência) não poderemos concordar com o filósofo pois estaremos, nesse caso, a adoptar uma perspectiva de análise oposta cujos pressupostos não se inserem numa óptica empirista mas racionalista.
5. É possível estabelecer uma analogia entre a percepção externa e a percepção interna de J. Locke e as impressões e ideias como elementos básicos do conhecimento definidas por D. Hume. Ambos os autores associam, respectivamente, a percepção externa e as impressões às sensações mais imediatas e ambos fazem-nas depender, directamente da Experiência. Por outro lado, a percepção interna em Locke já corresponde a uma operação mental de abstracção produtora de ideias, tal como se verifica em Hume : as ideias são abstracções concebidas no entendimento como cópias ou imagens mais débeis dessas primeiras impressões; logo, também em ambos os autores, as ideias dependem indirectamente da experiência . No entanto, apenas no caso de Hume é referido o papel da memória/recordação na recuperação dessas primeiras impressões, aspecto que é omitido na descrição de John Locke.
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