quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Matriz do 4º Teste Sumativo


MATRIZ
4º Teste Sumativo de Filosofia – 11º ano Turmas: A B C D / Fevereiro/2º Período

1. Estrutura:
2versões com igual estrutura - Questões distribuídas por 2 Grupos:
Grupo I – 24 itens de escolha múltipla
Grupo II – 1 questão de resposta extensiva e orientada : opção por um tema a desenvolver num limite de 33 linhas.
Temas em avaliação: Argumentação / Problemática do Conhecimento: Teorias Fenomenológica, Racionalista e Empirista (autores: Descartes, Locke e D. Hume)
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2. Cotações:
Grupo I – 24 X 0,5= 12 valores (120 pontos)
Grupo II – 8 valores: 6 p/ os conteúdos + 2 p/ aspectos formais (80 pontos)

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Total: 20 valores (200 pontos)

3. Guião de Estudo:
Rever toda a matéria no âmbito da Argumentação (a partir da aula nº 17).
Rever todas as teorias do conhecimento (até à última lição).

ELEMENTOS DE ESTUDO:
Registos e apontamentos do caderno diário (desde a aula 17 em diante).
Fichas de Actividades e respectivas conclusões/correcções.
Fichas de Estudo sobre a concepção empirista de D. Hume
Correcção do 3º teste sumativo

Percurso no Manual:
Rever todos os textos tratados nas aulas.
Consultar outros textos como complemento de estudo dos temas:
Argumentação:
Págs. 82-88
91 (Texto nº 7)
108- 115

Problemática do Conhecimento:
Págs. 136-139 (Teoria Fenomenológica)
140- 149 (Racionalismo)
150-154 (Empirismo)
Ficha de Estudo sobre D. Hume.


domingo, 17 de fevereiro de 2008

Correcção da Actividade 1: Empirismo de D. Hume

QUESTÕES:
1. Quais são os elementos básicos que a mente utiliza em todas as suas operações?
2. O que distingue ideias de impressões?
3. O que podemos deduzir do texto quanto à existência de ideias inatas?
4. Estás de acordo com Hume quando o filósofo afirma que as ideias são cópias das impressões correspondentes?
5. Compara, resumidamente, as concepções de Locke e Hume no que respeita aos elementos do conhecimento.

CORRECÇÃO:
1.Hume considera que os elementos básicos do conhecimento são as impressões e as ideias.

2.O que distingue fundamentalmente as impressões das ideias é uma diferença de grau, que se traduz no modo como essas percepções afectam a mente: assim, as impressões, sendo percepções mais vivas (constituídas por sensações, emoções e paixões) afectam-nos de forma directa, já que se formam a partir do contacto directo e imediato entre a sensibilidade e a experiência. As ideias, pelo contrário, afectam-nos de forma indirecta, já que são percepções formadas a partir dessas primeiras impressões. Hume considera-as uma representação mental ou cópia dessas mesmas impressões → são percepções menos vivas do que as primeiras (são percepções indirectas e temporalmente posteriores), já que o entendimento funciona como mediador entre a experiência directa que fornece impressões e a respectiva “marca” na memória (recordações ou abstracções das primeiras impressões : ideias).

3.Podemos deduzir que na óptica de D. Hume não existem ideias inatas, uma vez que todos os conteúdos da nossa mente se formam (por via directa ou indirecta), a partir da experiência. Este autor, como todos os empiristas, partilha da convicção de que não existe na razão qualquer património a priori, isto é, qualquer conteúdo anterior ou independente da experiência.

4. Só estaremos em total acordo com Hume se partirmos dos mesmos pressupostos partilhados por todos os empiristas isto é, se partirmos do princípio que até as intuições mais puras do entendimento não têm a sua génese na Razão mas na Experiência. Nesse caso, seria absurdo admitirmos, ao mesmo tempo, a possibilidade da existência de conteúdos inatos (inerentes à própria natureza da Razão). Se, pelo contrário, admitirmos que existem ideias cuja natureza dificilmente associaremos a elementos existentes na experiência (por não se constituírem a partir de qualquer exercício de abstracção ou generalização indutiva feita pelo entendimento com base em elementos da experiência) não poderemos concordar com o filósofo pois estaremos, nesse caso, a adoptar uma perspectiva de análise oposta cujos pressupostos não se inserem numa óptica empirista mas racionalista.

5. É possível estabelecer uma analogia entre a percepção externa e a percepção interna de J. Locke e as impressões e ideias como elementos básicos do conhecimento definidas por D. Hume. Ambos os autores associam, respectivamente, a percepção externa e as impressões às sensações mais imediatas e ambos fazem-nas depender, directamente da Experiência. Por outro lado, a percepção interna em Locke já corresponde a uma operação mental de abstracção produtora de ideias, tal como se verifica em Hume : as ideias são abstracções concebidas no entendimento como cópias ou imagens mais débeis dessas primeiras impressões; logo, também em ambos os autores, as ideias dependem indirectamente da experiência . No entanto, apenas no caso de Hume é referido o papel da memória/recordação na recuperação dessas primeiras impressões, aspecto que é omitido na descrição de John Locke.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Novos Elementos de Apoio ao Estudo

FICHA DE LEITURA: Textos págs. 150-152 Origem e natureza do Conhecimento: O EMPIRISMO

1. Se o Idealismo de Platão (séc.s IV- V a. C.) foi a teoria precursora da concepção Racionalista do conhecimento, o realismo do seu discípulo, Aristóteles, (séc. IV a.C.) foi a concepção que influenciou a teoria Empirista fundada por J. Locke no séc. XVII.
2. O Empirismo surge numa lógica de frontal oposição face aos exageros da teoria Racionalista (que contém essa vertente dogmática) e, particularmente, como rejeição do inatismo cartesiano: os empiristas não aceitam a existência de qualquer património a priori no entendimento humano: todos os conteúdos do entendimento/consciência, provêm da experiência. Opõem-se à autocracia da Razão patente no cartesianismo.
3. A descrição empirista do conhecimento apresentada por J. Locke, começa por negar a existência de ideias inatas (a existência de qualquer património a priori) utilizando, para isso, a alegoria da tábua rasa segundo a qual, na origem, a mente está vazia de conteúdo algum – como se fosse uma folha de papel em branco em que, ao longo da vida, a experiência vai gravando todos os seus caracteres/ inscrições.

4. Para explicar o processo pelo qual se adquire conhecimento através da experiência, Locke estabelece a distinção entre dois modos de percepção (dois processos pelos quais o entendimento forma ideias a partir de uma base empírica):
Ø - A percepção externa (equivalente às sensações) – que traduz o modo como os nossos sentidos são directamente afectados pelos objectos e estímulos da experiência, levando o entendimento a formar ideias simples tais como, as das cores, dos sabores, da textura e dimensões dos objectos, das sensações de dor, de prazer (em suma, de tudo o que se entende por qualidades sensíveis ou primárias das coisas).
Ø - A percepção interna (reflexão sobre os conteúdos internos do entendimento – formando ideias a partir de outras preexistentes) por sua vez já formadas a partir do contacto directo com a experiência: sensações.
A percepção interna, como o próprio nome indica, não produz ideias a partir do contacto directo com a experiência, mas por via indirecta, com base na reflexão sobre as ideias simples formando outras ideias, mais complexas, que já traduzem as operações internas do entendimento; são exemplo de tais ideias, o imaginar, o compreender, o crer, o pensar, o querer, o raciocinar, etc.