quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Aristóteles o sábio da Antiguidade ( Breve Biografia)
Ao contrário do que vulgarmente se pensa o filósofo Aristóteles não nasceu na Grécia mas na Macedónia, na cidade de Estagira.
Foi o mais brilhante discípulo de Platão e mestre/tutor de Alexandre o Grande ( filho do rei Filipe da Macedónia). Nasceu em 384 a.C. e morreu em em 322 a.C.
Aristóteles era filho do médico do rei Amintas da Macedónia; o pai morreu quando ele ainda era jovem e, por isso, foi criado e educado por um tutor que, aos 17 anos, o enviou para o centro da vida intelectual e artística da antiguidade, Atenas. Aí ingressou na academia de Platão, onde permaneceu cerca de 20 anos, primeiro como estudante e depois como professor. Mais tarde, após ruptura com a Academia platónica, funda a sua própria escola- o Liceu aristotélico onde, entre outras matérias, se estudava ciência, cosmologia, ética, política e metafísica.
A sua obra é vastíssima (embora uma grande parte desse espólio se tenha perdido).
Aristóteles foi o primeiro pensador a dividir os temas de reflexão e investigação e a tratá-los sistemática e racionalmente. Hoje, 2500 anos passados, será difícil encontrar um espírito tão completo: a sua preocupação com a observação empírica não se restringia às ciências como a Biologia e a Astronomia, estendendo-se à História, à Psicologia, à Linguagem e à Lógica, à Ética e à Política, dando um contributo fundamental para os primeiros alicerces da Física.
Origem, Objecto e Objectivos da Lógica
ORIGEM ciência criada por Aristóteles no séc. IV a.C.(Grécia)
Aristóteles definiu-a como organon que significa instrumento. Para o criador da lógica esta ciência foi encarada como “ um instrumento para bem pensar”.
OBJECTO: o Pensamento é o objecto da lógica na medida em que esta se ocupa da formulação e aplicação das regras/leis do pensamento válido.
OBJECTIVOS: a lógica é a ciência que disciplina os raciocínios / argumentos permitindo identificar e eliminar os erros cometidos pelo pensamento espontâneo (vulgar) e pela linguagem natural; funciona como ciência auxiliar de todas as outras ciências. (Utiliza uma linguagem simbólica, artificialmente construída, simples e unívoca).
DEFINIÇÃO: actualmente a lógica pode ser definida como a ciência do pensamento válido, na medida em que define e aplica regras para a construção de raciocínios e argumentos formalmente bem construídos. É, ao mesmo tempo, a ciência que avalia a coerência (acordo) entre o pensamento e o discurso.
CRITÉRIO FUNDAMENTAL DA LÓGICA: o principal critério da lógica é a Validade que é diferente do critério de Verdade:
VERDADE = (validade material) / VALIDADE = (validade lógica / v. formal)
A VERDADE
Aplica-se nas ciências em geral, sobretudo nas ciências da natureza.
Avalia o conteúdo das proposições e dos raciocínios (argumentos).
É o critério que exprime o acordo entre o conteúdo/matéria do pensamento e a realidade.
Diz respeito à matéria/conteúdo das proposições e argumentos.
Aplica-se nas ciências em geral, sobretudo nas ciências da natureza.
Avalia o conteúdo das proposições e dos raciocínios (argumentos).
É o critério que exprime o acordo entre o conteúdo/matéria do pensamento e a realidade.
Diz respeito à matéria/conteúdo das proposições e argumentos.
A VALIDADE
Aplica-se na lógica formal, sendo o critério que rege a formação de raciocínios/argumentos correctos do ponto de vista da forma.
Um raciocínio é válido quando a conclusão deriva necessariamente das premissas.
Traduz o acordo do pensamento consigo próprio: analisa a forma como as premissas e a conclusão se encadeiam.
Um raciocínio/argumento é válido quando a conclusão deriva necessariamente (logicamente) das proposições antecedentes (premissas).
Aplica-se na lógica formal, sendo o critério que rege a formação de raciocínios/argumentos correctos do ponto de vista da forma.
Um raciocínio é válido quando a conclusão deriva necessariamente das premissas.
Traduz o acordo do pensamento consigo próprio: analisa a forma como as premissas e a conclusão se encadeiam.
Um raciocínio/argumento é válido quando a conclusão deriva necessariamente (logicamente) das proposições antecedentes (premissas).
Abstrai-se, portanto, do conteúdo/matéria dos argumentos/raciocínios fixando-se apenas na sua forma.
Elementos básicos do Pensamento e suas correspondências lógicas
Quando nos interrogamos sobre: “o que é pensar?” desconstruímos o pensamento nestes 3 elementos básicos conceito, juízo e raciocínio.
Def: O Conceito → é a noção mental, abstracta e geral que reúne as características comuns dos seres/objectos da mesma espécie, permitindo distingui-los dos seres/objectos de outras espécies.
nota: pensamos a partir de conceitos e estes são essenciais para a construção de qualquer definição. Todo o conhecimento, científico ou não, opera a partir de conceitos. Existem conceitos simples e compostos. São exemplo de conceitos compostos os seguintes: arco-íris; porta-chaves; louva-a-deus, etc.
São exemplo de conceitos simples as seguintes noções: mamífero, planta, planeta, mineral, lápis, computador, pessoa, animal, etc.
Def: O Juízo → é o acto/operação mais simples do pensamento e resulta da relação/associação entre dois ou mais conceitos.
Exs: “ o cão é vertebrado”; “ os homens são mortais”; “ a Primavera é bonita”. → nestes juízos estabeleceu-se uma relação de conveniência entre o sujeito e o predicado: são, por isso, juízos afirmativos; existem, porém, outros juízos em que o predicado não convém ao sujeito → esses são juízos negativos. São exemplos de juízos negativos os seguintes: “ Júpiter não é um satélite da Terra”; “ o triângulo não é um hexágono”; “ os honestos não são vigaristas”, etc.
Def: O raciocínio → é a operação mais complexa do entendimento e resulta da associação entre 2 ou mais juízos, inferindo (extraindo) uma conclusão lógica e necessária. O raciocínio é a operação mental que permite passar de uma ideia a outra, extrair um juízo (conclusão) de outros juízos.
Def: O Conceito → é a noção mental, abstracta e geral que reúne as características comuns dos seres/objectos da mesma espécie, permitindo distingui-los dos seres/objectos de outras espécies.
nota: pensamos a partir de conceitos e estes são essenciais para a construção de qualquer definição. Todo o conhecimento, científico ou não, opera a partir de conceitos. Existem conceitos simples e compostos. São exemplo de conceitos compostos os seguintes: arco-íris; porta-chaves; louva-a-deus, etc.
São exemplo de conceitos simples as seguintes noções: mamífero, planta, planeta, mineral, lápis, computador, pessoa, animal, etc.
Def: O Juízo → é o acto/operação mais simples do pensamento e resulta da relação/associação entre dois ou mais conceitos.
Exs: “ o cão é vertebrado”; “ os homens são mortais”; “ a Primavera é bonita”. → nestes juízos estabeleceu-se uma relação de conveniência entre o sujeito e o predicado: são, por isso, juízos afirmativos; existem, porém, outros juízos em que o predicado não convém ao sujeito → esses são juízos negativos. São exemplos de juízos negativos os seguintes: “ Júpiter não é um satélite da Terra”; “ o triângulo não é um hexágono”; “ os honestos não são vigaristas”, etc.
Def: O raciocínio → é a operação mais complexa do entendimento e resulta da associação entre 2 ou mais juízos, inferindo (extraindo) uma conclusão lógica e necessária. O raciocínio é a operação mental que permite passar de uma ideia a outra, extrair um juízo (conclusão) de outros juízos.
Ex: Todos os planetas são astros
Saturno é um planeta
(logo) Saturno é um astro
( nota: existem diferentes tipos de raciocínios)
CORRESPONDÊNCIAS LÓGICAS DOS ELEMENTOS DO PENSAMENTO:
A cada um destes elementos (conceito, juízo e raciocínio) corresponde, na linguagem lógica, a respectiva expressão verbal:
Ao Conceito corresponde o Termo → (o termo é a expressão verbal de um conceito).
Ao Juízo corresponde a Proposição → (a proposição é a expressão verbal de um juízo).
Ao Raciocínio corresponde o Argumento → (o argumento é a expressão verbal de um raciocínio).
nota: Assim, na linguagem lógica, utilizam-se as noções de “termo proposição e argumento”.
CORRESPONDÊNCIAS LÓGICAS DOS ELEMENTOS DO PENSAMENTO:
A cada um destes elementos (conceito, juízo e raciocínio) corresponde, na linguagem lógica, a respectiva expressão verbal:
Ao Conceito corresponde o Termo → (o termo é a expressão verbal de um conceito).
Ao Juízo corresponde a Proposição → (a proposição é a expressão verbal de um juízo).
Ao Raciocínio corresponde o Argumento → (o argumento é a expressão verbal de um raciocínio).
nota: Assim, na linguagem lógica, utilizam-se as noções de “termo proposição e argumento”.
Princípios do raciocínio lógico: Identidade, Não Contradição e Terceiro Excluído
OS PRINCÍPIOS DO RACIOCÍNIO LÓGICO:
Além da validade como critério fundamental da Lógica, esta ciência contempla alguns princípios básicos que garantem o rigor e a coerência do pensamento e do discurso →(expressão verbal do pensamento).
1º Princípio da Identidade determina que todo o ser é igual a si próprio: (X = X); (A = A); “ uma girafa é uma girafa”- uma girafa é igual a si mesma.
2º Princípio de não Contradição
determina que proposições contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo: (se X é Verdadeiro, ~ X é Falso) e vice-versa.
“ Uma girafa não é uma não girafa e uma não girafa não é uma girafa”.
3º Princípio do terceiro excluído determina que uma proposição ou é verdadeira ou é falsa, não havendo terceira possibilidade ou meio termo: ( se X é Verdadeiro, não pode ser simultaneamente falso) e vice-versa.
“ Entre um ser que é uma girafa e um ser que não é uma girafa, não existe terceira possibilidade ou meio termo: não existem “camelogirafas” ou “ patogirafas”→ esta 3ª hipótese está excluída.
Além da validade como critério fundamental da Lógica, esta ciência contempla alguns princípios básicos que garantem o rigor e a coerência do pensamento e do discurso →(expressão verbal do pensamento).
1º Princípio da Identidade determina que todo o ser é igual a si próprio: (X = X); (A = A); “ uma girafa é uma girafa”- uma girafa é igual a si mesma.
2º Princípio de não Contradição
determina que proposições contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo: (se X é Verdadeiro, ~ X é Falso) e vice-versa.
“ Uma girafa não é uma não girafa e uma não girafa não é uma girafa”.
3º Princípio do terceiro excluído determina que uma proposição ou é verdadeira ou é falsa, não havendo terceira possibilidade ou meio termo: ( se X é Verdadeiro, não pode ser simultaneamente falso) e vice-versa.
“ Entre um ser que é uma girafa e um ser que não é uma girafa, não existe terceira possibilidade ou meio termo: não existem “camelogirafas” ou “ patogirafas”→ esta 3ª hipótese está excluída.
domingo, 9 de setembro de 2007
11º Ano - Noções de Lógica: argumentos, falácias,sofismas
1. Tipos de Argumentos
A classificação dos discursos argumentativos varia bastante conforme os autores. Vamos centrar a nossa atenção em apenas quatro tipos:
- Dedutivos
- Indutivos
- Analógicos
- Falaciosos
Argumentos dedutivos (tipo silogísticos). Nestes argumentos a verdade das premissas assegura a verdade da conclusão. Se as premissas forem verdadeiras e o seu encadeamento adequado, a conclusão será necessariamente verdadeira. Os argumentos dedutivos não acrescentam nada de novo ao que sabemos.
Exemplo:
Todos os homens são mortais. João é homem. Logo, João é mortal.
Argumentos indutivos. Neste caso, a conclusão ultrapassa o conteúdo das premissas. Embora estas possam ser verdadeiras, a conclusão é apenas provável .
Exemplo:
Todos banhistas observados até hoje estavam queimados pelo sol. Logo, o próximo banhista que for observado estará queimado pelo sol. (argumento indutivo - generalização, previsão)
Argumento por Analogia. Neste tipo de argumentos parte-se da semelhança entre duas coisas, para se concluir que a propriedade de uma é a mesma que podemos encontrar na outra. As diferenças especificas são ignoradas.
Exemplo:
Marte é um astro como a Terra. A Terra é habitada. Logo, Marte é também habitado.
2. Falácias Informais
Distinção entre falácias formais e Informais:
a) as falácias formais são constituídas por raciocínios inválidos de natureza dedutiva.
b) as falácias informais compreendem os restantes tipos.
Falácias cujas premissas, sob o ponto de vista lógico, não são relevantes para a conclusão. O importante é o seu impacto psicológico:
Apelo à Piedade ( Argumentum ad Misericordiam). Faz-se apelo à misericórdia do auditório de forma a que a conclusão seja aceite.
Exemplo: Sr. Juiz não me prenda, porque se o fizer os meus filhos ficam desamparados.
Apelo à Ignorância (Argumentum ad Ignorantiam). Utiliza-se uma premissa baseada na insuficiência de evidências para sustentar ou negar uma dada conclusão.
Exemplo:
1. Ninguém provou que Deus existe. Logo, Deus não existe.
2. Ninguém provou que Deus não existe. Logo, Deus existe.
Apelo à Força ( Argumentum ad Baculum). Pressão psicológica sobre o auditório.
Exemplo: As minhas ideias são verdadeiras, quem não as seguir será castigado.
Apelo à Autoridade ( Argumentum ad Verecundiam). Faz apelo à autoridade e prestígio de alguém para sustentar uma dada conclusão.
Exemplo: Einstein, o maior génio de todos os tempos, gostava de batatas fritas. Logo, as batatas fritas são o melhor alimento do mundo.
Contra a Pessoa ( Argumentum ad Hominem). Coloca-se em causa a credibilidade do oponente, de forma a desvalorizar a importância dos seus argumentos.
Sofismas lógicos:
Petição de Princípio (Petitio Principi). Pretende-se provar uma conclusão, partindo de uma premissa que é a própria conclusão.
Exemplo: Toda a gente sabe que as autarquias são corruptas. Por isso não faz sentido provar o contrário.
Falsa Causa (Post hoc ). A conclusão é extraída de uma sucessão de acontecimentos.
Exemplo: O dinheiro desapareceu do cofre depois do João ter saído da loja. Logo....
Falso Dilema. Apenas são apresentadas duas alternativas, sendo omitidas todas as outras.
Exemplo: Quem não está por mim, está contra mim.
A classificação dos discursos argumentativos varia bastante conforme os autores. Vamos centrar a nossa atenção em apenas quatro tipos:
- Dedutivos
- Indutivos
- Analógicos
- Falaciosos
Argumentos dedutivos (tipo silogísticos). Nestes argumentos a verdade das premissas assegura a verdade da conclusão. Se as premissas forem verdadeiras e o seu encadeamento adequado, a conclusão será necessariamente verdadeira. Os argumentos dedutivos não acrescentam nada de novo ao que sabemos.
Exemplo:
Todos os homens são mortais. João é homem. Logo, João é mortal.
Argumentos indutivos. Neste caso, a conclusão ultrapassa o conteúdo das premissas. Embora estas possam ser verdadeiras, a conclusão é apenas provável .
Exemplo:
Todos banhistas observados até hoje estavam queimados pelo sol. Logo, o próximo banhista que for observado estará queimado pelo sol. (argumento indutivo - generalização, previsão)
Argumento por Analogia. Neste tipo de argumentos parte-se da semelhança entre duas coisas, para se concluir que a propriedade de uma é a mesma que podemos encontrar na outra. As diferenças especificas são ignoradas.
Exemplo:
Marte é um astro como a Terra. A Terra é habitada. Logo, Marte é também habitado.
2. Falácias Informais
Distinção entre falácias formais e Informais:
a) as falácias formais são constituídas por raciocínios inválidos de natureza dedutiva.
b) as falácias informais compreendem os restantes tipos.
Falácias cujas premissas, sob o ponto de vista lógico, não são relevantes para a conclusão. O importante é o seu impacto psicológico:
Apelo à Piedade ( Argumentum ad Misericordiam). Faz-se apelo à misericórdia do auditório de forma a que a conclusão seja aceite.
Exemplo: Sr. Juiz não me prenda, porque se o fizer os meus filhos ficam desamparados.
Apelo à Ignorância (Argumentum ad Ignorantiam). Utiliza-se uma premissa baseada na insuficiência de evidências para sustentar ou negar uma dada conclusão.
Exemplo:
1. Ninguém provou que Deus existe. Logo, Deus não existe.
2. Ninguém provou que Deus não existe. Logo, Deus existe.
Apelo à Força ( Argumentum ad Baculum). Pressão psicológica sobre o auditório.
Exemplo: As minhas ideias são verdadeiras, quem não as seguir será castigado.
Apelo à Autoridade ( Argumentum ad Verecundiam). Faz apelo à autoridade e prestígio de alguém para sustentar uma dada conclusão.
Exemplo: Einstein, o maior génio de todos os tempos, gostava de batatas fritas. Logo, as batatas fritas são o melhor alimento do mundo.
Contra a Pessoa ( Argumentum ad Hominem). Coloca-se em causa a credibilidade do oponente, de forma a desvalorizar a importância dos seus argumentos.
Sofismas lógicos:
Petição de Princípio (Petitio Principi). Pretende-se provar uma conclusão, partindo de uma premissa que é a própria conclusão.
Exemplo: Toda a gente sabe que as autarquias são corruptas. Por isso não faz sentido provar o contrário.
Falsa Causa (Post hoc ). A conclusão é extraída de uma sucessão de acontecimentos.
Exemplo: O dinheiro desapareceu do cofre depois do João ter saído da loja. Logo....
Falso Dilema. Apenas são apresentadas duas alternativas, sendo omitidas todas as outras.
Exemplo: Quem não está por mim, está contra mim.
Falácias silogísticas:
Quatro termos
Termo médio não distribuído
Ilícita maior – quando o termo maior (T) está distribuído na conclusão e não está distribuído na premissa.
Ilícita menor – quando o termo menor (t) está distribuído na conclusão e não se encontra distribuído nas premissas.
Fonte consultada para este tópico: Carlos Fontes
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